domingo, 25 de janeiro de 2009

Tropicale

Interior do C-130
Laurent Jalabert e Bernard Hinault








África – Gabão





Domingo /segunda feira 11 e 12 de Janeiro (Dia 1) – Viagem




Aeroporto de Lisboa 9 horas da manha e a confusão habitual do check-in com as malas pessoais da comitiva, ferramenta de trabalho para mecânicos e massagista mais bicicletas, deixa sempre a cara bonita que esta atrás do balcão a suar.
Depois da entrada no avião, em duas horas e pouco aterrávamos em paris, coberto por um manto branco de neve e gelo que tornava ainda mais bonita uma cidade já de si girissima, ate aqui tudo normal… Seguiu.se uma espera de mais de dez horas pelo avião que nos levava a África. Avião que depois de sair atrasado de Paris ainda aterrou em Marselha, ate aqui tudo normal tirando as longas horas de espera.
Falta dizer que todas as equipas europeias os convidados Vips e parte da organização saiu de Paris connosco.
Finalmente levantamos e á terceira descolagem do dia estávamos a dirigir-nos para África. Tínhamos saído de Portugal perto das 11 da manha e ás 24h continuava-mos em França, escusado será dizer que estávamos já super cansados e saturados, sem fazer ideia de que o melhor ainda estava para vir.
Já de manha perto das 8 da manha hora local (mais uma que em Portugal) aterrávamos em Libreville a capital do Gabão… Enquanto viajávamos alguém reparou que a capital ficava no extremo oposto do local onde seria a primeira etapa, restava portanto uma hipótese – Tínhamos que voltar a viajar, só faltava saber em que meio…. E é agora que a historia começa a ser interessante.
Assim que aterramos tínhamos praticamente o Aeroporto da capital por nossa conta e quase sem burocracia nenhuma de passaportes, vistos ou vacinas fomos a um restaurante do aeroporto comer ao “sabor” de um calor e humidade impressionantes para nós que vínhamos cheios de roupa e de temperaturas perto dos zero graus, enquanto pessoal do aeroporto em conjunto com os mecânicos das equipas tratavam de colocar a bagagem no próximo avião… De barriga cheia, mortos de sono e cansaço entramos num autocarro que passou por todos os aviões (não muitos) ate ao final do perímetro do aeroporto onde um daqueles aviões gigantes de Carga DO EXERCITO (Hércules C-130) nos esperava… Ninguém queria acreditar no que estava a ver….. isso mesmo íamos viajar junto com as bagagens naqueles bancos onde os para quedistas se sentam antes de saltar… Eu sinceramente já não sabia se deveria rir ou chorar. Na altura comentei com um colega que nem valia a pena contar isto a ninguém porque nos iam chamar de mentirosos portanto toca a tirar algumas fotos e vídeos para as pessoas terem uma pequena ideia daquilo que estou a tentar contar.
Depois de bem acamados lá dentro fecharam aquele enorme “portão” na traseira do avião e ligaram os motores… era um barulho que mal nos ouvíamos uns aos outros, o avião fez-se á pista e levantou, de vez em quando um dos homens da força aérea do Gabão vinha espreitar numas pequenas janelas perto das hélices dos motores para confirmar se estavam a funcionar correctamente (!!?? isso mesmo)…
Ultima aterragem do dia e já tinham passado cerca de 30 horas desde que saímos de Portugal. Numa pista pequena um aeródromo “fantasma” com aspecto de abandonado umas carrinhas de mais ou menos 10/15 pessoas esperavam por nos. Seguimos por uma estrada com bom piso que dividia a selva em dois. É agora nos começamos a aperceber da realidade africana e do que realmente é um pais do terceiro mundo. Na beira da estrada autenticas barracas de chapa madeira e pedra, sem higiene nenhuma davam abrigo a crianças e adultos que ali viviam. Entramos em Libreville, já havia mais gente nas ruas e algum comercio local. Finalmente chegamos ao hotel, o edifício parecia um oásis no deserto, era grande moderno e bonito, com piscinas e ar condicionado, destacava-se numa paisagem de pobreza extrema e beleza natural.
Almoçamos, descansamos um pouco saímos para um treino ligeiro. Jantamos e praticamente desmaiamos na cama, tal era o cansaço e sono acumulado na viagem.